sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A casa dos mortos

Por Augusto Rodrigues.


Para alguns dos encarcerados naquele presídio da Sibéria, os outros detentos eram as melhores pessoas que eles já haviam conhecido. Melhores que os membros de sua própria família, seus antigos colegas de trabalho ou seus chefes. Um mosaico humano em circunstâncias extraordinárias é o que Dostoiévski nos revela aqui — com conhecimento de causa —, neste livro agradável e divertido.
Agradável e divertido? Sim. Embora a história se passe no funesto ambiente de um xadrez, apinhado de assassinos dos mais variados níveis de crueldade, a investigação serena de sua psicologia e a narração um tanto anedótica de episódios da cadeia tornam a obra agradável e divertida.
Enquanto seguimos o escrutínio que o autor realiza da filosofia prisional, nós, leitores, entre outras coisas, vemos passar diante de nós um ou outro filme de prisão já visto anteriormente, que, agora, compreendemos com muito mais clareza e profundidade. Chegamos mesmo a pensar até que ponto algumas dessas películas não foram diretamente influenciadas por este relato de Dostoiévski.
Uma vez que a alma humana, criminosa ou não, sempre foi e continua sendo a mesma até hoje, em qualquer lugar do globo, com ou sem tecnologia, temos aqui uma obra universal e atemporal.
Ambos adjetivos das criações geniais.

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