Por Augusto Rodrigues.
Para
alguns dos encarcerados naquele presídio da Sibéria, os outros detentos eram as
melhores pessoas que eles já haviam conhecido. Melhores que os membros de sua
própria família, seus antigos colegas de trabalho ou seus chefes. Um mosaico
humano em circunstâncias extraordinárias é o que Dostoiévski nos revela aqui —
com conhecimento de causa —, neste livro agradável e divertido.
Agradável
e divertido? Sim. Embora a história se passe no funesto ambiente de um xadrez, apinhado
de assassinos dos mais variados níveis de crueldade, a investigação serena de
sua psicologia e a narração um tanto anedótica de episódios da cadeia tornam a
obra agradável e divertida.
Enquanto
seguimos o escrutínio que o autor realiza da filosofia prisional, nós,
leitores, entre outras coisas, vemos passar diante de nós um ou outro filme de
prisão já visto anteriormente, que, agora, compreendemos com muito mais clareza
e profundidade. Chegamos mesmo a pensar até que ponto algumas dessas películas não
foram diretamente influenciadas por este relato de Dostoiévski.
Uma
vez que a alma humana, criminosa ou não, sempre foi e continua sendo a mesma
até hoje, em qualquer lugar do globo, com ou sem tecnologia, temos aqui uma
obra universal e atemporal.
Ambos
adjetivos das criações geniais.
Conheça mais sobre o livro RECORDAÇÕES DA CASA DOS MORTOS, na loja virtual da Livraria Cultura:
- RECORDAÇÕES DA CASA DOS MORTOS
- Coleção: GRANDES CLASSICOS
- Autor: DOSTOIEVSKI, FIODOR
- Tradutor: PETICOV, NICOLAU S.
- Idioma: PORTUGUÊS
- Edição: 3
- Ano: 2015
0 comentários:
Postar um comentário