sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Previsão de amor para um tempo de sol

Por André J. Gomes

Em São Paulo faz calor. Na África do Sul, também. Em Porto Alegre, uma chuvinha fina umedece as ruas e os ímpetos de toda gente. Casablanca, no Marrocos, está parcialmente nublada. Reykjavíc, capital da Islândia, sonha debaixo de chuva com um dia de sol. Na Antártida, no Pico do Everest e no Pólo Norte faz frio. E contrariando todas as previsões, aqui dentro faz amor.

É um amor mansinho, esperança de sol no fim da tempestade. Promessa de calor depois da frente fria. Amor de precipitações. Não importa o quanto dure. Aqui dentro faz amor.

Sujeito a chuvas e trovoadas como todo sentimento amoroso, esse amor soprado direto do peito de Deus abriu clareiras de céu azul entre muralhas de nuvens cinzas, inundou de sol a terra fria, tirou as crianças de casa, encheu de vida as ruas e praças e praias e parques e todo canto de estar sob o céu.

Lá fora faz calor. E a vida se agita agora de risos e sons de festa, palavras de apreço, cheiros de comida no fogo, palmas de aniversário. Aqui dentro, a cortina se abre e o sol estarrece de luz tantas sombras, varre cantos escuros, aquece lembranças geladas. Aqui dentro faz amor.

O céu está azul. O mar, também. Azul como a saia da moça que passa esvoaçando beleza, a piscina que recebe as crianças, os cabelos das minhas avós e toda lembrança de festa. Azul como o sentimento bom que abriu o tempo e fez sol em mim. Sol que aquece, consola, repara, abençoa. Sol que brilha e conforta como o olhar imenso de Deus.

O boletim do tempo informa: aqui dentro faz amor.

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