terça-feira, 8 de abril de 2014

Pirandello: O filho do Kaos


“Eu, portanto, sou filho do Caos, não alegoricamente, mas de fato, pois nasci num campo situado perto do imbricado bosque chamado Càvusu pelos habitantes de Agrigento: corruptela dialetal do genuíno e autêntico vocábulo grego Kaos. Nessas palavras inicia-se o filme Kaos, dos irmãos Taviani, adaptação de contos e novelas de Luigi Pirandello, num prenúncio do que se desdobrará na retina do público.


A maior parte da prosa de Pirandello consiste em contos coligidos e organizados por ele próprio em Novelle per um ano. Apesar da associação imediata de seu nome à criação teatral e da celebração mundial de seus dramas, tais contos tornam-se, cada vez mais, centrais para leitores e críticos da obra de Pirandello.

Primeiro, porque foi neles que Pirandello acertou a mão, desenvolvendo personagens e situações que mais tarde precisou apenas estilizar em suas peças dramáticas. Mas também porque o trabalho com o teatro, levado a cabo tardiamente, em seus últimos anos de vida, se fez paralelamente e de forma coordenada com a gênese de seus contos.

Assim, torna-se evidente que a produção de Pirandello deve ser vista, modernamente, com uma “obras em progresso”, onde as partes desempenham papéis coordenados e igualmente importantes.

Kaos e outros contos sicilianos selecionou pequenas narrativas que têm como tema e cenário a casa paterna, a região onde Pirandello nasceu e passou a infância, cercada de ruínas greco-romanas, de sonhos e mistérios.


Para discutir a obra desse legítimo filho do Caos, o professor Francisco Degani se reúne com leitores e amigos no próximo domingo, dia 13 de abril, na casa do artista plástico Juan J. Balzi. E você, leitor é o melhor amigo de Pirandello.


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