“Eu, portanto, sou filho do Caos, não alegoricamente, mas de fato, pois nasci
num campo situado perto do imbricado bosque chamado Càvusu pelos habitantes de Agrigento:
corruptela dialetal do genuíno e autêntico vocábulo grego Kaos”. Nessas palavras inicia-se o
filme Kaos, dos irmãos Taviani, adaptação de
contos e novelas de Luigi Pirandello, num prenúncio do que se desdobrará na
retina do público.
Primeiro, porque foi neles que Pirandello acertou a mão, desenvolvendo
personagens e situações que mais tarde precisou apenas estilizar em suas peças
dramáticas. Mas também porque o trabalho com o teatro, levado a cabo
tardiamente, em seus últimos anos de vida, se fez paralelamente e de forma
coordenada com a gênese de seus contos.
Assim, torna-se evidente que a produção de Pirandello deve ser vista, modernamente, com uma “obras em progresso”, onde as partes desempenham papéis coordenados e igualmente importantes.
Kaos e outros contos sicilianos selecionou pequenas narrativas que têm como tema e cenário a casa paterna, a região onde Pirandello nasceu e passou a infância, cercada de ruínas greco-romanas, de sonhos e mistérios.
Para discutir a obra desse legítimo filho do Caos, o
professor Francisco Degani se reúne com leitores e amigos no próximo domingo,
dia 13 de abril, na casa do artista plástico Juan
J. Balzi. E você, leitor é o melhor amigo de Pirandello.
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