Façam aos outros
aquilo que gostariam que fosse feito a vocês! É importante que no dia a dia de
cada um de nós, possamos exercitar aquilo que tanto transmitimos as nossas
crianças, filhos e amigos.
Que cada ser humano viva como ser pensante dotado da
capacidade de pensar e de manifestar seus sentimentos de forma a não destruir
seus semelhantes e nem por eles ser destruído.
Cada uma de
nossas relações necessita estar baseada em valores, não dependendo de emoções e
sentimentos momentâneos, das ações dos outros ou das omissões nossas e das
demais pessoas.
Pensando nisso,
reflitamos sobre as situações do trânsito nosso de cada dia. Precisamos nos
deslocar daqui para lá e de lá para cá, muitas vezes e de forma muito rápida em
algumas circunstâncias. Enquanto isso, algumas das pessoas com as quais nos
deparamos neste ou naquele percurso não terão a mínima pressa, estarão
tranquilas com relação a seus horários, algumas até adiantadas e neste momento
os valores e a ética se apresentarão como solução ou como aditivo para o
conflito.
Enquanto alguns
motoristas abrirão passagem ao ouvir a buzina do veículo que vem atrás, darão
passagem ao veículo que surge no cruzamento vindo da rua que fica a direita, de
acordo com o Código de Trânsito, outros se utilizarão de palavras de baixo
calão, gestos obscenos e freadas bruscas, para manifestar seu descontentamento,
sua pressa, sua intolerância e porque não dizer sua falta talvez momentânea de
ética e valores para com o seu próximo e até por si mesmo.
Se uma das
explicações mais simples que encontramos para definir ética: “é que devemos
fazer para o outro, aquilo que queremos que nos seja feito”. Por que não
oportunizar ao outro, mesmo que isto me custe algo, a possibilidade de ser
ajudado, respeitado, apoiado naquilo que o incomoda e aflige?
De onde vem a
ideia de que as relações de trânsito, de esportes, as familiares, as
profissionais, as políticas e as sociais, devem ser vividas sem escrúpulos, de
forma violenta, muitas vezes causando dores, sofrimentos e morte. Em outras imperando
a lei do mais forte ou a famosa “Lei do Gérson” – devo fazer as coisas de forma
que eu sempre leve vantagem em tudo!
Enquanto seres
sociáveis devemos refletir sobre como temos vivido nossas relações, sejam elas
quais forem. Estamos reproduzindo em nossos jovens e em nossas crianças aquilo
que temos produzido enquanto adultos.
Dizer que aos
jovens e às crianças tem faltado educação, seriedade com as coisas, respeito
para com as leis e desânimo com relação à busca de novos caminhos é atirar
pedra na própria vidraça.
Os tempos são
outros, as coisas se renovam, mas o ser humano continua sendo influenciável e
nós os mais vividos e talvez os mais experientes, devemos rever nossas posturas
pela busca de condutas mais éticas. Uma vida pautada em valores que promovam a
igualdade, a liberdade com responsabilidade, a festa sem abuso de drogas, a
vida vivida de forma saudável, troca de conhecimento entre as pessoas de forma
equilibrada e o respeito pelo diferente, pelo contraditório e pelo que é
desconhecido.
Afinal, somos
iguais, porém diferentes. Respiramos, formados por corpo, alma e espírito,
necessitados de carinho, de boa comida e bebida, de reconhecimento, de
trabalho, de família, amigos e de descanso.
Que em nossas
relações prevaleçam o olhar para as qualidades, o reconhecimento daquilo que
constrói, o sentimento e o desejo de valorização do outro, a reciprocidade como
instrumento de ligação entre as pessoas, o exemplo dos mais experientes para
colaborar com o desenvolvimento dos mais novos, o fogo e a ousadia dos mais
novos para contagiar os mais experientes.
Enfim, que
vivamos e sejamos a mudança que tanto queremos que aconteça no mundo em que
habitamos.
Luiz Roberto de Aguiar é Pós-graduado em Aconselhamento pela Faculdade Batista Teológica de São Paulo, professor de Filosofia para Crianças e Palestrante sobre Prevenção ao uso de Drogas. Escreve todas as quintas-feiras a coluna Ética e valores para o blog da editora Nova Alexandria. Contato: luizão.filosofia@yahoo.com.br.
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