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Na era da cultura imagética e visual fica difícil lidar com a prática científica, a pesquisa,
o ensino ou a aprendizagem sem utilizar imagens e vídeos ou se debruçar sobre eles.
Na virada dos séculos XX para XXI assumimos definitivamente que
as imagens são também forma de conhecimento e, portanto, envolvem
as construções de identidade, as disputas simbólicas e imaginárias,
os poderes, as dominações e resistências. Mais que nunca
precisamos falar das imagens e utilizá-las em nossas expressões,
reflexões e investigações. São destas coisas que Ronaldo Mathias
nos fala em seu livro Antropologia visual: diferença, imagem e crí-
tica: imaginários, sensibilidades e experiências que podem ser lidos
e compreendidos a partir do campo científico e acadêmico.
Este trabalho resgata a tradição antropológica do uso das imagens na
compreensão das culturas, da prática da leitura de suas iconografias ou
do emprego da fotografia e do audiovisual como ferramentas de pesquisa
com a produção de narrativas imagéticas sobre “o outro”. A dimensão
estética e as imagens ocupam atualmente papel central nos processos
cognitivos e nas formas de abordar e narrar a vida cotidiana contemporânea.
As percepções e experiências cotidianas estão nas agendas
do consumo e do marketing, assim como nos lazeres e processos comunicacionais; a estética, tanto como
constituinte do Homo sapiens, quanto como o jogo da arte da vida comum, estabelece as formas e os instrumentos
que permeiam as sociabilidades, as disputas, as identidades e os imaginários.
A cultura imagética
está presente e acentuada não só nos mercados editoriais e midiáticos, mas também nos cotidianos vividos.
O dia-a-dia e a autorepresentação burguesa foram marcados pela fotografia: álbuns de família, fotografias
mortuárias e tumulares condensam os valores e práticas cotidianas burguesas; a emergência da cultura digital
trouxe o barateamento e ampliação do acesso às tecnologias de produção e distribuição de imagens, sons e
vídeos, alterando cotidianos, relacionamentos, percepções e repertórios, reverberando nas construções das
identidades e pertencimentos. Percepções, representações e imaginários entrelaçam-se na vida do Homo
sapiens desde o início da espécie, mas nos últimos dois séculos essa articulação tem ganhado novos temperos
Ronaldo Mathias, doutor pela ECA-USP, é professor de Antropologia Cultural e História da Arte
na graduação e Arte e cultura na pós-graduação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. É coordenador
do curso de Comunicação Social na mesma instituição. É autor do livro Antropologia e Arte pela Editora Claridade.
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