Cheguei a Lisboa e, checando a caixa de e-mails, encontrei a
mensagem que me dava a primeira boa notícia da temporada: tinha sido escolhida
‘autora da semana’ pelo Grupo Editorial Nova Alexandria/Volta e Meia/Claridade.
Tive três dias para pensar desde então. E resolvi que
precisava deixar umas palavras escritas também para o Grupo Editorial que vem
me acolhendo com tanta deferência.
Para os autores, casas editoriais são primeiramente casas.
Houve o tempo e houve carreiras que comportavam uma casa editorial única, onde
os autores ficavam por décadas, entrelaçando suas vidas às vidas da editora e
de seus editores.
Sou uma autora que vem da área acadêmica e que pensou que
escrever e publicar ensaios sobre literaturas de língua portuguesa seria o seu
cotidiano, ao lado de dar aulas e orientar trabalhos de mestrado e doutorado.
Para uma vida como a que eu esperava ter, um ou dois livros reunindo ensaios
após uma ou duas décadas de aulas seria o esperado. Mas não foi assim. Foi
muito melhor do que isso.
Meu caminho no livro tem sido surpreendente, inesperado e,
no mais das vezes, feliz. Sou autora em algumas casas. Em algumas fico mais,
noutras menos. Projetos vão, livros se fazem, relações se fazem ou não.
A Nova Alexandria tem sido para mim uma verdadeira casa.
Onde me demoro, onde nos sentamos para falar e pensar sobre livros, sobre o
Brasil, sobre o mundo e sobre a vida.
É casa de amigos, de autores que admiro, onde convivo com
gente que faz livros pensando em mudar para melhor a vida das pessoas.
Nela realizo parte importante de meu projeto de escrita:
pensar sobre contos populares, fazer livros para jovens sobre esta bagagem
imaterial, que acompanha os seres humanos e viaja por países e continentes sem
passaporte e sem barreira. Simplesmente porque há histórias que fazem sentido
em muitos lados.
Um grande, grande abraço a todos que fazem parte da Nova
Alexandria e muito obrigada por terem me escolhido autora da semana.
Susana Ventura
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