Por Ana Sílvia Fernandes Peixoto.
O assunto do momento parece ser a nossa macaquice, tão bem colocada
por Neymar, e todo mundo começou a comer bananas no Brasil.
O jogador Daniel Alves, além de impecável em seu ofício, resolveu
colocar em prática o seu lado “educador”.
O fato é que não é possível que ainda aceitemos atitudes descabidas
que visam ofender, denegrir, insultar e magoar nossos semelhantes.
Não sei se o ato do tal torcedor (vou chamá-lo assim, de forma
genérica) é digna de repulsa ou pena, pois apenas um ser dotado de sérios
problemas morais, culturais ou até psicológicos, se daria ao luxo de pagar um
“mico” desses diante de milhões de espectadores pelo mundo afora.
Sr. Torcedor, de que feudo vieste? A que casta pertence? Acaso pensou
que o tal “macaco” mostrou-se muito superior aos seus caucasianos, no domínio
da bola?
Será que podemos acreditar na evolução da humanidade?
Infelizmente o abominável preconceito se apresenta de forma anônima,
todos os dias, em todo o mundo. Alguns ainda têm a afrontosa ousadia de expor
suas garras; outros preferem a surdina, aplaudindo e conspirando internamente
com seus sentimentos vis.
Um tema que parecia estar se resolvendo, principalmente aqui no
Brasil, onde a afrodescendência é significativa, volta a assombrar, a mostrar a
indigna condição da razão humana ao expor à sociedade seus incultos valores.
Afinal, qual seria o problema da diferença racial? A cor da pele? A
estrutura capilar? Tudo tão externo!
O que teríamos que tomar como base para a valorização do ser humano?
Creio que está mais do que na hora da sociedade descer do pedestal e
despir-se de suas plumas de pavão. Afinal Darwin, em sua teoria de evolução das
espécies, nos aparentou ao macaco, não me recordo de plumas ou paetês na origem
humana.
Não seria tão mais fácil concentrarmos nossos esforços na semeadura do
bem, do amor, do acolhimento? Demonstrar a superioridade da alma diante de
tanta hipocrisia?
Como diz minha filha: “Não é mais fácil somar que diminuir?
Que venham as reflexões, as deduções e o aparecimento de sentimentos
mais nobres pelos que nos são tão iguais quanto aos iguais.
Parabéns pelo excelente texto, Ana! Você escreveu tantas verdades que nem sei por onde iniciar o meu questionamento em relação ao tema. Sabemos que a população vive em plena harmonia com a mentira do "chega de racismo". Vivemos diariamente pendurados em forcas e nem assim tomamos vergonha. O racismo agora tem outro nome: mais elegante, mais divulgado e acima de tudo publicado na mídia como uma abominação causada pelo homem. Legal! E daí? E a resolução para o problema, de onde vem? Macacos ou não, o importante é que não somos "ignorantes" e sabemos que "eles" e nós degustamos esse sabor amargo todos os dias. Como diz o famoso Cumpadre Washington: "sabe de nada, inocente!". De fato, não sabemos mesmo.
ResponderExcluirAbraços,
Marcos Amaro
Grata por suas observações e comentários. Abraço!
Excluir