terça-feira, 27 de maio de 2014

POR DENTRO DA ESCOLA - Jovens com opinião e atentos ao Brasil de hoje

Estudantes do Colégio Dominante discutem a Copa do Mundo.
Por Jeosafá.

Na semana passada e ontem estive com estudantes e professores do Colégio Dominante, na Zona Norte de São Paulo. A escola considerou que alguns de meus livros seriam úteis à formação de seu alunos, de maneira que os adotou e me convidou a falar sobre eles e sobre os temas que os motivaram.

No dia 22 de maio tive uma ótima manhã e tarde com os estudantes dos 8o. e  9o. anos, quando falamos d'O diário secreto das Copas. Entrevistei os alunos sobre suas expectativas em relação ao livro, sobre o pano de fundo do enredo,  a lenda medieval de Tristão e Isolda, e sobre o pano de fundo temático, a Copa.

Assim como em outras escolas em que estive para falar do mesmo livro, a questão da possibilidade de manifestações violentas durante o torneio veio a baila. Todos estão ansiosos pelo pontapé da partida inicial do dia 12, mas não escondem suas preocupações.

A Copa em debate.
Embora tenha havido consenso em relação à justeza das reivindicações que tem ocupado as ruas, todos concordaram que a violência prejudica a luta por mudanças do Brasil, entre as quais as mais apontadas foram relativas às saúde, à educação e à segurança.

África e Nelson Mandela.
Fui perguntado se acredito que haverá maior violência e menor segurança do que em junho de 2013. Respondi que a tendência é haver menor repercussão e que, em se tratando de Copa, os efetivos da polícia, das Forças Armadas e até de serviços de segurança de equipes estrangeiras seriam muitíssimo numerosos. Até em razão da presença de seleções estrangeiras potencialmente alvo de atentados, como  a dos EUA, a segurança tornou-se um assunto de Estado - não só aqui, mas também em outros torneios internacionais pelo mundo.

Porém, também afirmei que o fato de a imensa maioria dos brasileiros ser contra a violência já é uma força de inibição enorme em relação a quem deseja estragar a festa com vandalismo ou atos criminosos. Afinal, não é pondo fogo em ônibus que se melhora o transporte público, nem quebrando ponto de ônibus.

A conversa foi muito legal, mas senti que, na verdade, as apreensões só se dissiparão quando a bola rolar e a Copa transcorrer em normalidade.

A Zona Sul sob os olhos de  Borba Gato.
Após essa conversa, fui entrevistado por alunos do Colégio que avançara à 4a. etapa das Olimpíada de  História do Brasil. O assunto da entrevista fui o período de censura vivido durante a ditadura militar brasileira. Foi tão legal, que o tempo acabou e continuei a responder a entrevista pela internet.

Ontem, voltei ao Colégio para falar do livros Zona Norte e  Zona Sul, da série Era uma vez no meu bairro, e da África, a propósito do livro O jovem Mandela. Nos dois primeiros, a questão da imigração espanhola para o Brasil, do êxodo do Nordeste para o Sudeste, da violência contra crianças e jovens, do tráfico de drogas e da corrupção policial foram o foco principal. Basta dizer que o tempo reservado acabou sendo curto.

Com Murilo, Nathaly, Felipe e Bianca, da Olimpíada de Historia.
Quando a questão da África se apresentou, as grandes navegações, a patilhas arbitrária do continente entre as potências europeias ao longo e cinco séculos, o apartheid e Nelson Mandela ocuparam todo o tempo. Obviamente, muita coisa ficou por dizer e ouvir (pois os jovens participaram muito), o que é, sem dúvida, sinal de que precisamos voltar a esses assuntos.

Fica ao colégio e seus estudantes, então, o desafio.

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